segunda-feira, 11 de junho de 2012

MOVIMENTO CENTRAL (PEDIVELA)


Entendendo os padrões de movimento central

O movimento central é simplesmente o eixo no qual os braços do pedivela são presos. Um eixo de aço apoiado sobre rolamentos. Apesar de não parecer um componente muito crítico, é uma peça que precisa suportar muito desgaste, pois além dela ser responsável pelo giro do pedal, ela também recebe os impactos do terreno, tendo ainda muito do peso do ciclista apoiado sobre ela. Isto se torna crítico nas modalidades mais radicas como o downhill, o freeride e o trial, onde o impacto é sempre muito grande e os pilotos ficam boa parte do tempo em pé, com bastante peso sobre o eixo.

Com a evolução dessas modalidades mais extremas, este componente começou a se transformar em um problema. Bikes extremamente fortes, pistas cada vez mais exigentes e pilotos mais ousados surgiram, e cada vez mais eixo iam quebrando. Além do problema de ter que repor a peças e acabar perdendo uma competição, esses eixos quando quebram muitas vezes acabaram por ferir os ciclistas. Uma dessas trágicas experiências está relatada neste artigo:

http://www.pedal.com.br/exibe_texto.asp?id=201

A partir da necessidade de um eixo mais forte, outros padrões foram surgindo. Confira parte de sua evolução:

Eixo Quadrado (square)

É o design mais popular que durou por anos! É um eixo de aço (as vezes de titânio) quadrado, que encaixa diretamente no pedivela, sendo este preso por um parafuso que entra de frente para o eixo. Cada lado é preso com o parafuso e de forma independente do outro. Esse tipo de encaixe é usado por todas as marcas no mountain biking, porém existem tamanhos de eixo diferentes, o que acabou por gerar alguma confusão. Apesar de qualquer pedivela encaixar com qualquer eixo, usar uma medida errada do eixo pode gerar problemas no chainline (direção em que a corrente precisa ficar alinhada entre os peões e as coroas). Algumas medidas servem para mountain biking, outras para speed, e ainda assim podiam depender do quadro e do pedivela.

Essa incompatibilidade de tamanhos é facilmente resolvida trocando a peça, mas o ponto fraco desse sistema é que ele é fraco para os rigores do mountain biking atual (eixo de 17mm). Não foram raros os casos de quebra do eixo, transformando-o em um pedaço de metal cortante e ferindo seriamente alguns ciclistas. Além disso, com o tempo, se não fosse mantido um bom aperto entre o pedivela e o eixo, o pedivela acabava tendo um desgaste que poderia torná-lo inutilizável (o encaixe quadrado ia ficando redondo e girava em falso).

 
Octalink (Padrão Shimano)

Este é um sistema que foi criado exclusivamente pela Shimano para resolver os problemas causados pelo design quadrado. Este eixo tem tamanho padrão e é circular com "ranhuras" onde o braço do pedivela se encaixa. Pelo próprio design circular, é mais forte, e de qualquer forma o diâmetro do eixo também é maior, com 22mm. O Octalink acabou sendo criado na versao 1 e 2 (Octalink v1 e v2), criando assim alguma confusão. O sistema é protegido por patentes da Shimano e para fugir disso, foi criado o sistema ISIS. Porém, alguns outros fabricantes produzem pedivela e centrais no modelo Octalink. O sistema apesar de mais inteligente, tem um defeito: o eixo tem um diâmetro maior para maior resistência, conseguentemente os rolamentos precisam ser menores, e por isso possuem uma menor durabilidade. Porém, seu design ameniza o problema de resistência e acaba com o problema de compatibilidade de tamanhos. Com ele não é mais preciso se preocupar em comprar um eixo do tamanho certo, pois todos são iguais.

 
ISIS

International Splined Interface System - É um sistema de patente aberta, semelhante ao octalink, com um eixo circular e também padrão. Foi criado pelo King Cycle Group, Truvativ e Race Face como uma resposta ao Octalink da Shimano. Eles criaram esse sistema para fugir da patente da Shimano, permitindo que todos os fabricantes pudessem ter diferentes marcas disponíveis. Porém, o ISIS não é compatível com o octalink. Ou seja, apenas braços ISIS encaixam em eixos ISIS. O sistema tem o mesmo diametro do octalink (22mm) e foi amplamente aceito, mas tem também o mesmo defeito do anterior (os rolamentos menores duram pouco).

Nesse sistema, existem tamanhos de eixos diferentes, mas apenas 3 tamanhos e com diferenças bem definidas: 108mm para pedivela duplo de speed, 113mm para mountain bike e 118mm para pedivela triplo de speed. Sendo assim, fica difícil causar confusão.


Rolamentos Externos (Hollowtech 2, X-Type, MegaExo)
Para resolver o problema dos dois designs anteriores, foi "desenterrado" o sistema de rolamentos externos. Esse sistema é semelhante ao sistema de caixa de direção aheadset. Ou seja, os rolamentos ficam presos por fora do quadro. Já tinha sido usado há muito tempo atrás por marcas sem muita expressão e por motivos diferentes. Esse sistema parece a solução para resolver os problemas de resistencia e durabilidade. No pequeno espaço que o quadro possui para o movimento central, o design dessas peças precisava ter eixos mais finos e rolamentos mais robustos ou eixos mais robustos e rolamentos menores, causando os problemas citados anteriormente. Agora é possível colocar os rolamentos por fora e ter um eixo ainda maior.

Além disso, esse sistema permite o intercambio de componentes. É possível usar um pedivela Shimano em um central RaceFace (pelo menos até a presente data!). Na verdade, o movimento central é apenas uma peça oca de plástico, o eixo mesmo fica apoiado nos rolamentos. O eixo de metal é integrado no braço direito do pedivela e este eixo possui os encaixes (ranhuras) onde o outro braço entra. Diferente dos outros modelos, o braço do pedivela é preso com parafusos laterais e não um parafuso de frente para o eixo (este não é quem prende o braço). Esse sistema resolve os problemas dos modelos anteriores é mais leve. Provavelmente será o modelo adotado daqui pra frente, devido as suas excelentes caractísticas. A outra solução restante seria aumentar o diametro padrão do eixo central dos quadros, mas isso é muito mais difícil e improvável que aconteça! Mais uma vantagem desse sistema é que é possível usar rolamentos de tamanho padrão, ficando mais barato para os fabricantes.

Esta tecnologia, veio e tem o mesmo princípio do pedivela de BMX chamado de três peças, onde o eixo tem ranhuras e é abraçado pelos braços externamente. A diferença é que os rolamentos ficam dentro da caixa do movimento central do quadro (que tem o diamêtro maior e não sofre com os problemas de resistencia e durabilidade).


ISIS Howitzer (Padrão Truvativ)

Assim como a Shimano criou o padrão Octalink, a Truvativ também criou uma evolução do sistema ISIS, especialmente para sua linha de pedivelas Howitzer. A diferença nesse padrão é que o eixo é mais grosso e tem encaixe diferente dos ISIS tradicionais. O movimento central também é diferente, sendo externo ao quadro para serem usados rolamentos maiores.

A diferença desse sistema para o sistema de rolamentos externos apresentado anteriormente é que o eixo do pedivela não é integrado, ou seja, continua no movimento central o que aumenta o peso.

FONTE: http://www.pedal.com.br/

Andar de bicicleta é tão eficiente quanto caminhada


Bicicleta ajuda mulheres na pré-menopausa a ganhar menos peso, revelou estudo

Andar de bicicleta é particularmente bom para manter os quilinhos longe daquelas mulheres que já estão acima do peso ou obesas, diz Anne C. Lusk, pesquisadora associada do departamento de nutrição da Escola de Nutrição Pública de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos.
 
“Mulheres com peso normal podem certamente se beneficiar desse exercício”, diz. “Mas especificamente para mulheres no momento pré-menopausa e que estão acima do peso ou obesas, andar de bicicleta apenas duas ou três horas por semana fazem com que elas tenham 46% menos chances de ganhar 5% do seu peso inicial.”
 
Pesquisa revela os benefícios da bicicleta para mulheres na pré-menopausa.                     
 
A equipe liderada por Anne também descobriu que andar devagar – menos do que cinco quilômetros em uma hora – não ajuda a controlar o peso. Ela e seus colegas reportaram as descobertas de seu estudo em junho no “Arquivos da Medicina Interna”.                                        
  • Os autores apontaram que, em 1995, o Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças do Colégio Americano de Medicina do Esporte recomendou que todos os adultos americanos passassem a fazer meia hora de exercício moderado ou intenso por dia. No entanto, apesar do aviso, dois terços dessa população estão acima do peso ou obesos enquanto 16% das crianças americanas e adolescentes estão acima do peso e um terço está no limite de chegar ao excesso de peso.
  • Em uma pesquisa recente, a equipe de estudo reportou que andar rapidamente ajudou mulheres que estavam no peso normal ou emagreceram recentemente e queriam manter os quilos a mais afastados, enquanto andar vagarosamente não mostrou benefícios.
  • Os pesquisadores decidiram explorar o potencial benéfico que pode ser alcançado se mais mulheres inserissem a bicicleta em sua rotina. Apenas metade do total de 1% dos norte-americanos acima dos 16 anos que vão ao trabalho usam bicicleta. Desse grupo, apenas 23% são mulheres, segundo a autora.
  • Os autores observaram o histórico médico, peso dos pais, hábitos de exercícios e outras informações sobre estilo de vida de mais de 18.400 mulheres que participaram do “segundo estudo de saúde das enfermeiras”. As mulheres tinham entre 25 a 42 anos em 1989 e, portanto, estavam na fase pré-menopausa em 2005 e não tinham impedimentos físicos para fazer exercícios.
  • O time de Lusk focou a pesquisa na mudança de peso ocorrido nos 16 anos. Em 1989, aproximadamente metade das mulheres disse andar devagar, enquanto 40% disseram andar rapidamente e quase metade afirmou que andava de bicicleta.
  • Em 2005, as mulheres ganharam em torno de nove quilos, enquanto o total de tempo que elas passavam ativamente diminuiu de forma significativa. No entanto, mulheres que não andavam de bicicleta em 1989, mas o fizeram em 2005 experimentaram significante redução do ganho de peso nesse tempo. A afirmação foi verificada principalmente entre mulheres com excesso de peso, para quem andar de bicicleta pelo menos cinco minutos por dia fez a diferença. E quanto mais elas andaram de bicicleta, menos peso elas ganharam, observaram os autores.
  • Em contraste, aquelas que diminuíram o tempo de bike ao longo dos anos, de 15 minutos por dia para menos ou nada, tiveram um grande ganho de peso. E mulheres com peso normal que andaram de bicicleta por mais de quatro horas por semana em 2005 reduziram a probabilidade de ganhar mais do que 5% de seu peso, segundo os pesquisadores.
  • A equipe concluiu que andar de bicicleta, assim como andar rapidamente, deve ser encorajado para mulheres na pré-menopausa, particularmente se elas estão lidando com ganhos de peso.
“Nós estamos defendendo uma atividade física que é parte do dia-a-dia”, Lusk diz. “Você não tem que pensar sobre sua freqüência cardíaca, quanto tempo por semana você faz. Nós estamos recomendando que a mulher inclua a bicicleta ou uma caminhada rápida nos sete dias da semana.”
  • Cedric X. Bryant, chefe de ciência do Conselho Americano de Exercícios, em San Diego, disse que as recomendações atingem o alvo. “Seus argumentos se encaixam com a necessidade de ajudar os americanos a programar atividade física em seus estilos de vida”, ele diz.
  • “Andar de bicicleta não tem impacto, por isso é confortável para as articulações, tornando essa atividade mais acessível a diversas pessoas, o que eu acho que todas as mais importantes organizações de fitness estão encabeçando”, diz Bryant.
No entanto, Nieca Goldberg, diretor médico do programa do coração da mulher, do Centro Médico da Universidade de Nova York, emitiu uma nota de advertência lembrando como as mulheres devem interpretar essa nova informação.
 
  • “Eu acho que subestimar os benefícios da caminhada em ritmo lento é uma mensagem ruim para enviar às pessoas, que podem passar a maior parte da sua vida sentadas em uma cadeira”, diz. “Porque andar vagarosamente é um bom começo se você ainda não faz exercícios. É mais barato do que a bicicleta e pode ser mais fácil. Basicamente você pode começar em qualquer lugar.”
 
Fonte de pesquisa: http://saude.ig.com.br/